LABMOB

Laboratório de Ativismo e Ação Política para Mobilidade

A construção de uma sociedade capaz de incorporar suas demandas na agenda pública requer uma ação política eficaz e constante. Após as Jornadas de Junho de 2013, a Escola de Ativismo realizou um diagnóstico sobre mobilidade e ativismo em diferentes capitais do país.

Com base nesse diagnóstico foi desenhado o LABMOB com o objetivo de potencializar e articular ações de diferentes grupos envolvidos com a pauta de mobilidade em três cidades brasileiras: São Paulo, Belo Horizonte e Recife. Com a visibilidade na opinião pública, o tema da mobilidade ganhou destaque dentro dos órgãos públicos e se fortaleceu nas ruas, criando um cenário mais favorável para reivindicações e conquistas da sociedade civil.

Durante o período de mais de um ano de articulação, entre maio de 2015 e setembro de 2016, o laboratório contou com a participação de 19 grupos nas três cidades, consolidando um espaço de construção coletiva de estratégias e ações, como a garantia de compromissos de candidatos a prefeitos nas eleições de 2016 e a inserção mais robusta dentro de espaços públicos de participação como os conselhos municipais.

“Precisou vir um povo lá de São Paulo para fazer a gente se conhecer. Apesar de atuar com mobilidade, eu não conhecia um monte de gente que tá aqui nessa sala”

Por meio de uma série de imersões, encontros e oficinas, os participantes discutiram e repensaram suas estratégias e ações a partir do uso e da aprendizagem de algumas ferramentas específicas: análise de cenário PASTEL, análise FOFA, mapa de atores, e elaboração de objetivo SMART. Também foram discutidas estratégias para tornar a comunicação dos grupos e de suas ações mais eficientes de acordo com os objetivos pretendidos.

“Melhoramos nossa capacidade de incidência política no poder público. Antes a gente gastava energia com os atores errados”

BELO HORIZONTE:
Campanha D1 Passo pela Mobilidade
BH em Ciclo, Bike Anjo BH, Movimento Nossa BH e Tarifa Zero BH idealizaram a campanha para convencer candidatos a prefeito  incorporarem no seu plano de governo itens de uma propostacomposta por seis eixos: mobilidade ativa, transporte público, transporte de carga, carros e motos, recursos e educação. Cada eixo contendo um objetivo, algumas diretrizes e ações prioritárias.

“Este processo fez a gente entender a importância do trabalho conjunto. Juntos somos mais fortes”.

Plenária da 1a. Conferência Livre de Mobilidade do Recife (Colmob).
Ação direta na Rua Conde da Boa Vista, do centro do Recife.
Produção de banners para a ação direta.

RECIFE:
Conferência Livre de Mobilidade do Recife (Colmob) A Conferência Livre de Mobilidade do Recife contou com a participação de 180 pessoas, representando 79 grupos, coletivos, movimentos e organizações sociais locais e nacionais. Divididos em seis grupos temáticos (meios de transporte de massa; transparência, participação e controle social; meios de transporte ativo; mobilidade no contexto de gênero e diversidade; acessibilidade; e gestão e tecnologia da mobilidade), os participantes concluíram 59 propostas como sugestão para a melhorar os processos de tomada de decisões e a mobilidade da cidade. Trinta propostas prioritárias, votadas em plenária, compõem o documento final que foi entregue para um representante do Instituto Pelópidas, órgão responsável pela elaboração do Plano de Mobilidade do Recife. Este documento também foi entregue para os candidatos a prefeito da cidade e conseguiu o comprometimento de 5 candidatos com as propostas. Os grupos optaram pela criação de uma Conferência Livre devido ao acesso restrito aos espaços de participação formais da cidade.

“O LabMob foi catalisador de um processo de formação da rede e mostrou a importância fundamental da articulação”.

Campanha Basta de Mortes no Trânsito A campanha foi desenhada para chamar a atenção da população e dos prefeituráveis  para o alto índice de mortes e feridos no trânsito de Recife. Com várias ações de rua desenhadas, a campanha exige comprometimento dos candidatos a prefeito com base na proposta retirada da Conferência (Colmob). Os dados referentes às mortes e acidentes de trânsito foram compilados no site (www.bastademortesnotransito.com.br) que também apresenta o Mapa da Violência,  com os pontos de maior frequência das colisões e atropelamentos de trânsito em Recife. No site também podem ser acessados gráficos e dados mais precisos sobre as estatísticas de mortes, ao longo dos anos, por sexo, faixa etária e modo de transporte.  A ação de lançamento da campanha recebeu grande atenção da grande mídia impressa e de TV.

“Aprendemos a planejar antes de agir e rever os planejamentos antes da ação”

SÃO PAULO:
Ruas Abertas (SP)
Greenpeace, Bike Anjo, Sampapé e Cidade Ativa trabalharam com a comunidade e com os gestores locais para que a avenida Luiz Dumont Villares, na Zona Norte de São Paulo, fosse aberta para a população. Com muita inteligência e estratégia, o grupo encontrou uma oportunidade para pedir ao prefeito Fernando Haddad que o programa Ruas Abertas fosse o oficializado, com regulamentação e orçamento próprio. Algumas sugestões sobre a implantação do Programa foram levadas pelo grupo à Prefeitura, baseadas em experiências que essas e outras organizações tiveram com as Ruas Abertas. Além de o oficializá-lo, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad também criou um Comitê de Acompanhamento e Fortalecimento do Programa Ruas Abertas, composto por organizações da sociedade civil e ligado diretamente ao gabinete do prefeito, com o objetivo de avaliar o programa e propor soluções para que o uso de ruas e avenidas para pedestres e ciclistas seja aprimorado.

Assista a reportagem sobre o Ruas Abertas em um jornal de TV local.

#OcupaCMTT (SP)
O grupo inicialmente formado pelo Corrida Amiga e Rede Butantã, conseguiu mobilizar diversas organizações e pessoas físicas para compor a chapa #OcupaCMTT. Inicialmente formado por três pessoas, o grupo contava no dia das eleições com 23 membros. Ao final das eleições, o grupo conseguiu 20 cadeiras no Conselho Municipal de Transporte e Trânsito (CMTT): 8 cadeiras titulares (idosos; meio ambiente e saúde; ciclistas; mobilidade a pé; duas do Centro e duas da região Oeste) e 12 suplências (pessoa com deficiência; Ongs; meio ambiente e saúde; ciclistas (por eleger); mobilidade a pé (por eleger);movimentos sociais;  Centro, regiões Norte, Sul, Leste e duas da região Oeste. Como o tempo de dedicação dos grupos e diversos participantes independentes era restrito, elaboraram uma estratégia que considerasse isso. As ações do grupos eram pontuais mas extremamente efetivas.

“Percebemos que nossa atuação tem que ser pensada no médio e longo prazo. Ao infinito e além”

Grupos participantes do LabMob:

Recife: Action Aid, Ameciclo, Bike Anjo Recife, Cicloação Recife, Frente de Luta pelo Transporte Público (PE), Fórum de Reforma Urbana (Feru), Meu Recife e Observatório do Recife.
São Paulo: Bike Anjo SP, Cidadeapé, Cidade Ativa, Corrida Amiga, Rede Butantã, Greenpeace, Sampapé.
Belo Horizonte: BH em Ciclo, Bike Anjo BH, Nossa BH e Tarifa Zero.

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